quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Série ''Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo''


 Série ''Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo'', que são três dípticos fotográficos feitos por câmera de aparelho móvel. Pensando nos ruídos e sons da natureza, me vem o essencial. A natureza como um templo. Então me calo e busco o silêncio. Internamente oremos:

Prece:
Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.
[...]
Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar .
Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna- me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e 
adorar-te.
Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.

(Em Obras em Prosa: O Eu Profundo, Ed. Nova Aguilar) Fernando Pessoa (1888-1935)


Participou do Noise invade Portugal,  Fórum Cultural de Cerveiras, Portugal.
Circuito das Artes / Triangulações 2014. Galeria ACBEU, Salvador, Bahia, Brasil.







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